domingo, 12 de julho de 2009

ruínas silêncio solidão













ruínas silêncio solidão

ruínas negras tenebrosas amores tristes tudo é bonito num belo jardim destroçado cantavam pássaros violeta de longínquas paragens. o seu naravilhoso canto fazia chorar e sonhar adivinhava-se sangue sangue conspurcado de jovens ninfas sangue sagrado sal das nuvens. ausência de alegria e total desejo aquele que magoa miséria indiscritível. podia surgir um dia um dia de sol sem nuvens lá surge o sol. e o vento passa quente e lento em muitos tons de azul gosto muito de azuis são desoladores e indicam o fundo da gruta. O sol aniquila-me os olhos escolho um local estendo uma pequena manta sento-me tento meditar sob a força das forças naturais o pensamento desordenado uma escadaria ascendente de caos. gostaria de mudar de vida de forma e de conteúdo é muito duro é muito tédio. deixo-me estar aguardo uma lua cheia um quarto minguante qualquer coisa bela e nocturna simbólica inspiradora até tudo desaparecer. sonho com cores é do ópio sonho com jovens meninas e sangue jorros de sangue o sangue é delas é sempre assim quando chega o verão como-as lambo-as penetro-as sabem ainda a cerejas muito doces algumas choram não sei porquê. belas ninfas que saltitam por ali gostam de sexo de dor e de brincar com os animais que por ali
há muitos cães e gatos vadios como elas putas sem consciência. gosto de putas sempre gostei não há nenhum mal nisso não há nenhum mal em nada não há diferença nenhuma entre uma porcalhona que abana o cu no meio da rua na maior e um anjo cheio de preconceitos morais com uma puta um gajo vem-se e vai-se embora e elas estão-se cagando paga claro porque vivemos numa sociedade capitalista o lucro o assassínio e a morte mais nada. as ninfas sempre as ninfas e as putas jovens putas seios pequenos
como eu gosto sexo apertadinho e quente olhos lindos e assustados não lhes resisto todos os dias lhes beijo os seios e o sexo gosto tanto depois masturbo-me e fico satisfeito. de quando em quando vejo nos meus olhos sombras medonhas são sombras de pares de namorados são sombras mais em altura de vez em quando desaparecem suponho que se alongam deitadas na areia a fazer amor imagino talvez com inveja. a vida é uma coisa muito aborrecida e fodida ultimamente tenho pensado em praticar um assassínio para ver se animo dar cabo de uma gaja super bonita claro mas sobre isto falo no fim senão daqui a minutos estará aí a bófia os porcos da polícia e do governo democrático e da censura. subterrâneos belos subterrâneos de dor e vampiros que se espelham em belas lagoas cristalinas e nos sugam o sangue sabe bem e desde que há homens que é assim. saudades saudades da merda que por cá andei a fazer tantas saudades tanta pena que já não seja assim das rochas nascen fabulosas flores azuis e cores impossíveis flores de amor flores de desprezo e de desespero os deuses gostam e as gajas também apesar de serem consumidas por elas envenenadas até ao nada as gajas gostam de tudo o que as surpreende ficam ainda mais apaixonadas. tanto calor tanto calor ardem-me os olhos mas deixo-me focar a ver as meninas nuas aos saltos por ali desperta-me a libido chamo uma que vem a saltitar como-a com brutalidade em breve está tudo acabado venho-me fico triste um pouco perdido. Ruínas já só ruínas. Agora deixo-vos que daqui a pouco ascendo definitivamwnte.








ruínas são
os espinhos de uma rosa negra
O choro de jovens meninas
Dores no coração
Uma lágrima escorre
Um jogo de cartas
Os teus olhos vermelhos
Bandeiras negras esfarrapadas ao vento
A fome
Os dados não param de rolar
Mas com a pele muito seca
O teu sexo e os teus seios
Nuvens de pétalas violeta
Cuspo-te na face
Sorris-me sem fim só a mim
Navalhas sobre a minha cabeça
Arcos sem fundo e sem final
Infinito
Túneis e mais túneis
À saída uma explosão
flores em sangue.
E agora
Fica o deserto
Ficam os nómadas
Nevoeiro
E a urze falecida
E a febre, muita febre
A névoa sombria e húmida
Sobre as tumbas
Lá dentro estão os inúteis
Corpos, espíritos, vontades
Vaidades e luxos
E o orgulho
E a inveja
E os falsos amores
Os sofridos amores
(Como alguém cantou “Love is na Angel disguised as lust (...))
Acima do térreo
Não há nada
Desenganem-se
Nem deuses, nem arcanjos
Só sombras
A da dor
E sobretudo a do sofrimento
E o céu
Incompreensível
Não se vê

terça-feira, 17 de março de 2009

Sombras de um suspiro





o leve ondular
do teu magnífico
seio aveludado
como que tocado
por um poeta
e por um anjo
em simultâneo
lentamente apaixonados
doentes de amor
(porque tu
que és bela
e perfeita
como
uma rosa acabada
de desabrochar)
envenenas de morte
quem te toca
o maravilhoso mamilo
suave castanho
erecto
de desejo
numa viagem de morte
com um velho lobo do mar
que de antemão
sabe ir
naufragar
no teu corpo
torneado de pecado
como que bebido
em longos tragos
de rum
ó jovem seio
seio de menina
que as gotas límpidas do teu rum
me tragam
de novo
à vida



ondulam
copos
sobre a tormenta
do balcão
da taberna
é sexta-feira
de madrugada
profunda
desgraçada
mas desejada
perdida
turva
excessivamente turva
as sombras
deitadas ou
reclinadas sobre o balcão
desmaiadas
mal desenhadas
através do nevoeiro
de centenas de cigarros
e da humidade
trazida pela estúpida chuva
vivem o sagrado momento
da náusea e do vómito
que nunca sai
(fruto de vasta
experiência e orgulho)
a tempestade aumenta
os corpos arrastam-se
os bêbedos
e as putas
os copos e as garrafas
uns desalinhados
outros caídos
o barman
quer fechar
descansar
informa várias vezes
depois busca
um grande
taco de basebal
e ameaça
ninguém liga
o ser não
se quer mover
nem um
centimetro
só quer mais um copo
e dormir
dormir muito
por uns segundos
que são o tempo todo
e recuperar
para a próxima
rodada
descansar o corpo desfeito e
maltratado
já sem salvação?
Mas quem quer saber?




De madrugada. Sonhos de ópio. Belos cachimbos, de madeira trabalhada e já muito queimada. Lá fora a tempestade. Á minha volta imagino velhos de pulmões desfeitos. Sangue púrpura e morte. Também há belas mulheres esguias perfeitas desejáveis, que preparam o ópio, a troco de muito dinheiro. Eu já nada tenho, senão o vício e o belo sonho que transforma nuvens de fumo em belos campos de papoilas. Aqui, até a doença é inofensiva e encerra segredos a descobrir, com entusiasmo. À porta da fumerie há belas jovens, muito jovens, quase despidas no meio da chuva e nevoeiro, estão quase nuas, custam muito dinheiro. Ali á frente há mais, mais rascas, mais baratas, mais porcalhonas, provavelmente carregadas de doenças que passarão para mim. Levo uma para o meu quarto. Terá 13, 14 anos de idade? Sabe como tudo se faz, enquanto eu vou bebendo uns goles de uma beberagem qualquer. No dia seguinte acordo quase sem me poder mexer. Levanto-me encharcado em suor, com os ossos a ranger e o sangue enferrujado, contaminado e constato, apavorado que ela, a pequena e linda puta me levou todos os meus objectos de valor. Eu mereço, mas com uma ou duas vigarices ficarei outra vez abonado. Por agora vou fumar uns cachimbos à decrépita e escura fumerie, - onde só se vêm sombras desfeitas de homens alongados pelo chão em velhas esteiras que é onde irão morrer e eu também tenho lá crédito…

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009






sugestões inadiáveis



1 - Nas municipais, não votar no chulo Santana LOpes.

2- Não ler blogues de direita como o do traidor Pacheco Pereira

3- Não ler crónicas para aatrasados mentais, como as do jumento Pereira Coutinho

4- Não votar nunca n'A Empalhada nem no Psd

5- importar, sem falta o "soberbo "Lets Get Lost", de Bruce Weber, sobre a vida e morte trágicas de Chet Baker. Vê-lo vezes sem conta.

6- Ouvir toda a discografia de Chet Baker, tanto como cantor como trompetista.

7- Ler Ondjaki, "Robespierre: entre vertu et terreur", de Slavoj Zizek, ed. Stok, 2007, "O Manifesto Comunista" e "O Capital", de Karl Marx

8 DEcorar o "Manual do guerrilheiro Urbano De Carlos M.

sábado, 10 de janeiro de 2009

sem saída








ondulam
copos
sobre a tormenta
do balcão
do bar
é sexta-feira
de madrugada
profunda
desgraçada
mas desejada
perdida
turva
excessivamente turva
as sombras
deitadas ou
reclinadas sobre o balcão
mal desenhadas
através do nevoeiro
de centenas de cigarros
e da humidade
vivem o sagrado momento
da náusea e do vómito
que nunca sai
(fruto de vasta
experiência e orgulho)
a tempestade aumenta
os corpos arrastam-se
os bêbedos
e as putas
os copos e as garrafas
desalhinhados
outros caídos
o barman
quer fechar
descansar
informa várias vezes
depois busca
um grande
taco de basebal
e ameaça
ninguém liga
o ser não
se quer mover
nem um
centimetro
só quer mais um copo
e dormir
dormir muito
por uns segundos
recuperar
para a próxima
rodada
descansar o corpo desfeito e
maltratado
já sem salvação?
Mas quem quer saber?