domingo, 19 de outubro de 2008

aqui ao lado



1.
O fim que chega
Tranquilamente
Já esperado
Sente-se
Como se sempre
Estivesse sentado
Aqui ao lado
Com ele chega também
O desejado caos
Sonetos amorosos
Secretos mundos
Paraísos
Nem sequer
Imaginados
Infernos
Talvez vislumbrados
Lágrimas desnecessárias
Jardins soberbos
Cobertos de vermelhas rosas
Selvagens
Cujos espinhos cintilam
Sob o cristalino orvalho
Que anuncia a manhã
E estilhaços de papoilas
Mortais
Como estilhaços
De vida
Visões
De outros tempos
Templos a nenhum deus
Vindas ao mundo
Tão desejadas
Mas já fora de tempo
Tudo isto
Antes de chorar de medo
E de nervoso vomitar
As tripas
Como se deita fora o excesso
Com que alívio
Febril
Se enche de novo
O copo
E o céu com luas estrelas e novas constelações

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