segunda-feira, 22 de setembro de 2008

"come as you are/as you were/as I want you to be" (nirvana)



Serenidade. Eis o que ele buscava. Uma espécie de Nirvana. Quem lhe dera… Cansado, doente, farto de trabalhar; teve, pelo menos a sorte de ser free-lancer toda a vida. Nunca teve patrões.
Foi jornalista, uma profissão nobre, como lhe disse, uma vez, um amigo que já cá não está. Teve oportunidade de verificar isso no Diário de Lisboa. De nobreza já não se pode falar acerca de todos os que exercem aquela profissão. Nunca foi ambicioso, nunca foi competitivo, por isso nunca teve dinheiro. Não se arrepende disso. Teve poucos amigos: “poucos mas bons”, como se costuma dizer…
Teve o suficiente para andar na valente borga e dar cabo da saúde.
Nos intervalos dos jornais foi assessor de imprensa na área do teatro e do cinema (TNDMII e Festival Internacional de Teatro), profissão ingrata e enjoativa: tem de se estar sempre a cravar favores aos antigos colegas jornalistas.
Como jornalista colaborou no DN, DL, O Liberal (onde começou), O Independente, Expresso, nas revistas Tempo Livre, A Cidade e as Terras, Grande Reportagem.
Muitas regras e muitas exigências quanto a questões de forma, encheram-no de raiva. Por essa altura adoeceu. Estranha coincidência! Esteve em vários hospitais e recuperou um pouco de saúde. Não foi recuperado para o jornalismo; nem recuperou os amigos que fugiram após a sua doença. Ainda bem! Assim, arranjou tempo para o seu amor de sempre: a literatura. Gosta dis clássicos russos, franceses, ingleses, de literatura grega, de Cardoso Pires, Al Berto, Nuno Bragança, Camões, Shakespeare, Holderlin, Lorca Al Berto B. Santareno, Carver, Hemingway, Strindberg, Genet, Sartre, Camus, etc. Admira ainda Fernando Lopes, Bergman, Tarkovski, Cassavetes, Caravaggio, Delacroix, Géricault, Velasquez, Goya, Rafael, Bacon, etc. É anarquista, com uma componente social muito alargada. O seu sonho, neste campo é escrever um grande romance sobre o amor por uma grande trapezista, a mais bela das mulheres. Durante uma actuação algo corre mal e ela morre; o que acontece ao amor e ao amoroso? O que é a vida sem a criatura amada. Sofrimento ou suicídio?... Neste momento está a escrever uma nova peça de teatro “A puta e a virgem” e um romance, “Dolores”. Gosta de conversar com os seus leitores, fazer “literatura à margem”. Responde com amizade a todos os amigos leitores e agradece as críticas. Falem com ele através de mariojscr@gmail.com

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