segunda-feira, 29 de setembro de 2008

venetian blues



Um dia conheci uma jovem condessa italiana. A sala onde nos conhecemos estava semi obscura. Eu via mal. Mas a sua beleza rara não necessitava de luz. Os seus cabelos longo e escuros, um pouco desalinhados, selvagens – como eu tanto gosto -, diria, não deixavam dúvidas: estava na presença de uma rapariga maravilhosa, um pouco reservada. Nessa noite apaixonei-me por ela. Tem um sorriso lindo. Uns olhos escuros que fazem lembrar os mistérios de Veneza e uma sabedoria rara e secreta – Veneza é uma cidade cheia de sabedoria oculta - sobre as coisas da vida. Viaja na diagonal da vida tentando ter consciência de tudo o que considera importante. Se um destes dias a encontrar na Ponte dos Suspiros ou numa gôndola nas brumas de uma madrugada no Gran Canale, não ficaria nada espantado: nada de mais natural. Mas não é fácil encontrá-la, pode estar perdida no meio do denso nevoeiro matinal, esquecida de si própria numa ruela ou beco metafísicos, ou mesmo junto de nós, sem que o saibamos . No entanto, sem dúvida, encontrá-la-emos no nosso coração. Há qualquer coisa de secreto na sua beleza extraordinária, qualquer coisa de etéreo e eterno. Podia ser actriz de cinema, modelo, qualquer coisa… Preferiu tirar o curso de arquitectura para pôr um pouco de ordem neste mundo. Para nos orientar na confusão da cidade. E a cidade é o mundo. A sua grande beleza é um pouco sombria. É preciso ir à procura dela. Nada nela é óbvio Por isso sempre que estou com ela acredito que estou no meio de um misterioso filme ou dentro de um excelente livro. Ela faz-me sonhar. Felizmente! É uma rapariga intensa e maravilhosa. E ainda hoje estou apaixonado por ela. Creio que nunca lho disse. ..



Sem comentários: